27/04/2011

Flora mesoamericana

Área de trabalho: Imap, Pachitulul, Guatemala

Acolhido pelo Instituto Mesoamericano de Permacultura (Imap), fiz, nas últimas três semanas, minha iniciação na agroecologia e no trabalho voluntário.
Uma das tarefas consistiu em registrar, para futura catalogação, parte da gigantesca diversidade florística do Imap, - situado na inesquecível comunidade rural guatemalteca de Pachitutul.
Abaixo seguem algumas destas belezuras mesoamericanas, escolhidas entre mais de cem espécies que fotografei por lá - e dedicadas, aliás, a uma flor ainda mais bonita que atende pelo nome de Nanda Barreto.















23/04/2011

16:47


Pensar o presente
como lugar
        onde passado e futuro
        tencionam-se na vida do espírito

    Pensar o tempo
como essa fricção
                agora
                para sempre

O que não passa é o tempo

19/04/2011

Natureza sobre a Mesa (ou Davi e Golias se amam no mundo das formigas)


Para quem gosta de formigas e do Rei, vídeo de um minuto gravado e editado em mesa do Instituto Mesoamericano de Permacultura (Pachitulul, Guatemala).


Uma infância na Guatemala


Gravado no Instituto Mesoamericano de Permacultura (Imap).
Comunidade de Pachitulul, San Lucas, Guatemala.
Quinta-feira às 16h.


16/04/2011

Minha pátria


Minha pátria não é
Brasil
Minas
Belo
Horizonte
Não é a rua Penafiel
nem o edifício laranja, - de costas para a oficina -,
 onde aprendi a andar de bicicleta

Minha pátria não sei se é lugar ou afeto
          - se raiz ou fruta madura que cai
                            apodrece
                                                                       e regressa

(ou se slogan publicitário
e necessidade de passaporte)

       Minha pátria não quer
         serviço de imigração
                   sala de troféu

 Não quer subir no ranking

           Minha pátria não é
    melhor do que ninguém­­­

09/04/2011

Um santo que bebe e fuma



Imagine um santo que bebe e fuma.
Um antigo deus Maia apropriado pelo catolicismo não oficial, num destes sincretismos tortos da colonização.
Um “cara,” enfim, que aceita como oferenda dinheiro, cigarros e birita da boa.
Pois ele existe, é cultuado na Guatemala e atende por dois nomes: San Simon ou Maximon.
Tudo bem que eu chegasse à confraria de Santiago la Laguna e o culto se passasse nos fundos de uma serralheria trabalhando à toda.
Ou visse um cidadão, ajoelhado, ofertando dois litros de coca-cola após acender uma vela.
Imagino que o santo já estivesse satisfeito, porque não era meio-dia e consegui divisar atrás da cadeira dele uma cartela de tabaco Domingo Rojo, oito garrafas de rum e aguardente e 12 maços de cigarro das mais variadas marcas.
Cigarros, aliás, mantidos permanentemente acesos na boca do santo por zelosos  confrades, - e a quem é dado o direito de repartir os regalos em reconhecimento aos valiosos serviços prestados ao recato e bem-estar do altíssimo. 
Padroeiro dos borrachos?
Símbolo de resistência cultural?
Coisa para turistas e loucos?
Fé?
Ou tudo isso junto misturado?
Na dúvida, deposito 5 quetzales no altar.
E lamento não ter uma boa salineira, lá de Minas, que era pra cair logo nas graças de sua santidade.
Aliás, bebe, fuma e toma coca-cola
Saca a entrada do culto

08/04/2011

Guatemal Teco


Flagrante registrado da cama, pelo viés da porta, na Hospedaje Emmanuel (San Pedro):


03/04/2011

Uma casa em San Marcos por R$ 20


Esta casinha foi um achado, - e lar feliz em San Marcos la Laguna durante uma semana.

Ainda mais que pertinho estava a casa de dona Maria, onde cinco tortillas ou uma concha de feijão pra levar saem por 1 quetzal: ou algo como R$ 0,20.
A diária saiu por cem quetzales (R$ 20), incluindo varanda, vista para o lago e estrutura com área de serviço, cozinha e geladeira.
Se animar, pergunte pela Hospedaje Panabaj, atrás do Instituto Misto de Educação por Cooperativa - seu Lucas também estará oferecendo quartos por R$ 6,50, se você preferir.
Saca só: 
 

02/04/2011

Fotos de San Marcos


“Dia de praia” em San Marcos: um dos pueblos mais pequeninos do Lago Atitlan (Guatemala).




01/04/2011

Ela aparece


Ela aparece, de súbito, ao general Arquejano Balastros, ex-tenente-coronel da primeira brigada de infantaria, inspetor, instrutor e interruptor das Forças Patrióticas de Segurança (FPS), marido fiel e firme, amante disciplinado e correto, pai rigoroso e moral, estudioso das letras militares e contra-revolucionárias.

Ela aparece, assim de repente, com colares de rubis quais bananas, o corpo miúdo reunido em algodão cru e fita amarela, olhos de sol em renda de milho, vermelho ponteado nas sobrancelhas enquanto ele avalia o lucro do massacre:

- Você me precisa para se salvar -, ela diz.

E mal desaparece enquanto a ele é preciso precisar o pouso dos mortos, a devida eliminação dos templos e símbolos que não os seus, o desmonte do acampamento e a contabilização do saque, o pagamento aos traidores, a dúvida slienciosa de quando ele lembra da filha e do que esperam dele além-mar.