Imagine um santo que bebe e fuma.
Um antigo deus Maia apropriado pelo catolicismo não oficial, num destes sincretismos tortos da colonização.
Um “cara,” enfim, que aceita como oferenda dinheiro, cigarros e birita da boa.
Pois ele existe, é cultuado na Guatemala e atende por dois nomes: San Simon ou Maximon.
Tudo bem que eu chegasse à confraria de Santiago la Laguna e o culto se passasse nos fundos de uma serralheria trabalhando à toda.
Ou visse um cidadão, ajoelhado, ofertando dois litros de coca-cola após acender uma vela.
Imagino que o santo já estivesse satisfeito, porque não era meio-dia e consegui divisar atrás da cadeira dele uma cartela de tabaco Domingo Rojo, oito garrafas de rum e aguardente e 12 maços de cigarro das mais variadas marcas.
Cigarros, aliás, mantidos permanentemente acesos na boca do santo por zelosos confrades, - e a quem é dado o direito de repartir os regalos em reconhecimento aos valiosos serviços prestados ao recato e bem-estar do altíssimo.
Padroeiro dos borrachos?
Símbolo de resistência cultural?
Coisa para turistas e loucos?
Fé?
Ou tudo isso junto misturado?
Na dúvida, deposito 5 quetzales no altar.
E lamento não ter uma boa salineira, lá de Minas, que era pra cair logo nas graças de sua santidade.
Aliás, bebe, fuma e toma coca-cola |
Saca a entrada do culto |
Um comentário:
que louco! na Bolivia tinha uma especie de culto parecido: eram ofertados cigarros a um bonequinho. colocavam o cigarro na boca dele e, se fumasse, o desejo da pessoa seria realizado.
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