Me perdoe a obviedade.
Mas não fazer nada está longe de ser não fazer nada, como muita gente aí quer que a gente pense.
Pra mim é sintomático que o ato de fruir o tempo ganhe pra nós este rótulo, sobretudo quando nisso pode estar o seu contrário: ou não é antes tudo aquilo a que me dedico sem que haja o cabresto que a aponta a obrigação?
Digo isso porque daqui, desta segunda à tarde em banco de praça, inda tento me desvencilhar destes carimbos que o sistemão cria pra que a gente se sinta constrangido quando bota a cabeça pra fora.
Claro que não quero aqui fazer uma apologia da preguiça, ou menosprezar o trabalho em si mesmo. Sobretudo porque não acredito em realização pessoal possível fora do trabalho: lugar imprescindível para estar e atuar no mundo.
A única coisa que quero gritar, esbravejar, brigar até, é essa e somente essa:
Não fazer nada está longe de ser não fazer nada.
E sabe por que tentam convencer a gente do contrário?
Porque "não fazer nada" é subversivo.
E dependendo da perspectiva de quem vê, pode ser o mais perto de tudo que a gente chega: inclusive do que a gente realmente pode querer fazer.
5 comentários:
Vô, vc consegue por no papel várias coisas q acho dificilimo explicar...
Benégas
querido vini,to com uma vontade danda de fazer uma coisa que não sei bem o que,entende?quandao a gente se sente assim com aquela vontade de fazer nada! tamo junto. Leo
viva a subversão \o/
gracias, vivi!
Concordo com essa teoria do ócio produtivo, como Bertrand Russel expôs. Queria mais tempo parado mas minha hiperatividade congênita me atrapalha. Acho que a semana 5x2 é pesada, sou do movimento 4x3 :)
Adorei! E concordo totalmente. Muito inspirador esse post! Gracias! Estou lendo o seu blog e me inspirando para conhecer a Guatemala em agosto. Será que é uma boa época?
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