11/05/2011

Mercado Central: conexão Guatemala-BH



Foi como me sentir em casa.


Tudo bem que no lugar do fígado acebolado com jiló houvesse dobladas e enchiladas. Ou que o tropeiro continuasse apenas uma saudade, apesar do delicioso pão com feijão.


Acontece que o mercado tinha cheiro de mercado, e quem gosta de um sabe bem do que estou falando. A mistura de gordura e cestaria, de flor e fruta, de suor e tecido, tudo isso estava lá conspirando esse aroma que na lembrança será também a saudade daquela gente toda.


Enquanto comia uns tamales, espécie de pamonha local a base de milho branco, troquei uma ideia com Cristina. Ela é filha de Doña Mela, que também é nome de um dos mais tradicionais bares do Mercado. E tal qual no Brasil, diz, a politicada aproveita. Ali já passaram pelo menos três presidentes: Alvaro Arzú, Alfonso Portillo e Jorge Serrano, todos a cata de votos e patitas a la vinagreta. Ela diz que não se importa, muito pelo contrário. E me sugere uma banana frita antes de partir.


Cruzando todas aquelas bancas foi difícil não comprar uma coisa de cada, sobretudo diante da impossibilidade de socá-las numa mochila já abarrotada. Afinal, o Mercado Central da capital guatemalteca, tal qual o mercadão da minha infância, tem um muito de tudo: comida e grãos, queijos, frutas e verduras, carnes, pratarias, artesanatos e roupas, cerâmicas, flores. E fundado em 1896 sobre o que foi o primeiro cemitério da cidade, tem, enfim, a história e a tradição que forjam os grandes mercados populares.

Saca só. 
Olha o Doña Mela aí.







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