01/05/2011

Trabalho voluntário



Acolhido pelo Instituto Mesoamericano de Permacultura (Imap), fiz na Guatemala minha iniciação no trabalho voluntário.
Entre todas as atividades, foi particularmente emocionante participar dos mutirões para a construção do albergue temporário de Pacoc, para onde foram removidas 63 famílias de El Bosque – pueblo rural devastado pela passagem da tormenta tropical Agatha, no ano passado.
Nosso trabalho consistiu em contribuir na reaplicação de duas tecnologias sociais bem conhecidas da permacultura: os círculos de bananeiras e os banheiros secos. A primeira permite o descarte seguro da chamada água cinza -, aquela de pias, tanques e chuveiros -, valendo-se de plantas que absorvem melhor toxinas e evaporam grande quantidade de água (como é o caso da bananeira). A segunda consiste na construção de latrinas que não utilizam água, convertendo os dejetos em adubo. Ambas evitam a geração de esgoto e a proliferação de doenças de veiculação hídrica -, condição vital para assentamentos de emergência em áreas desprovidas de redes de saneamento.
A primeira etapa do trabalho consistiu em ensacar e carregar 120 sacos de pó de serragem para a construção dos banheiros. Para quem não ainda conhece, o banheiro seco é aparentemente igual ao de qualquer sanitário convencional, com uma diferença central: em vez de encanamentos hidráulicos que levam os dejetos para longe (e com consumo considerável de água), há câmaras que armazenam os resíduos até que eles se transformem em composto.
A segunda etapa consistiu na plantação dos círculos de bananeira, um para cada uma das 63 casas do albergue. E como se tratam de famílias de agricultores, elas logo se adiantaram para botar a mão na terra.
Seu Juan, - um dos desabrigados, - me explicou que terão de esperar até dois anos para serem reassentados. A boa notícia, me contou, é que está satisfeito com a terra do futuro assentamento, doada pela paróquia local.
A eles, desejo aqui toda a sorte deste mundo.
Albergue de Pacoc: cada círculo de bananeira é uma "casa"
Pai e filho de El Bosque: à espera de novo lar
Famílias regam os círculos de bananeira: agricultores de mão cheia
Construção do banheiro seco
Nico, voluntário argentino e novo amigo

4 comentários:

saladavisual disse...

Faça hora não espere acontecer. Gostando muito de acompanhar essa sua trajetória. Quero depois ouvir tudo com o entusiasmo da sua volta :)

Vinícius Carvalho disse...

Valeu, cumpade! Mais entusiasmado ainda se o Mengão despachar o Vasco daqui a pouco. hehe

Anônimo disse...

Rapaz, muito legal este seu blog...
É uma bela visão deste povo ao qual você visita.
Parabéns...

nanda barreto disse...

vi,
teu blog tá lindo.
tu muito mais.