Havia em Tallene uma única TV, abastecida por bateria solar instalada na casa de monsieur Dam.
Diante da sala abarrotada de gente, tive que escalar um estrado para acompanhar da janela: ia começar a luta do século.
Batizada pelos senegaleses de Rumble in the Jungle II, em alusão ao antológico confronto entre George Foreman e Muhammad Ali em Kinshasa, no antigo Zaire, a luta entre o campeão Yekini e o desafiante Bombardier mobilizara também o restante do país.
Basta dizer que mais de 40 mil pessoas já abarrotavam o estádio Demba Diop, em Dakar, quatro horas antes da luta.
Não, não é propriamente de boxe que estamos falando.
O objetivo da luta tradicional senegalesa é levar o adversário ao chão, o que basta para encerrar o combate. E tirando chutes e dedo no olho, vale esmurrar e agarrar à vontade.
Invicto com 18 vitórias e um empate, Yekini não precisou de mais de cinco minutos para fechar a luta.
Aos 36 anos, é considerado o maior da história do esporte.
E apelidado de rei, tal qual nosso Pelé, espera o melhor entre os demais para uma única luta por ano.
Vai encarar, malandro?
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